O 3.º Snapshot do Comparar para Crescer identifica um conjunto de bloqueios estruturais que limitam o crescimento e a competitividade de Portugal face aos seus países concorrentes. A partir de seis capítulos temáticos, com base em dados atualizados da plataforma, o documento destaca as principais alavancas para uma economia mais produtiva, atrativa e sustentável. Os destaques do 3º Snapshot são:
- Aumentar a dimensão das empresas para reduzir o gap de produtividade: Portugal continua a ter um tecido empresarial muito fragmentado, com apenas 0,3% de grandes empresas. Estas, no entanto, são responsáveis por 33% do VAB e 58% das exportações. Ganhos de escala são essenciais para competir nos mercados globais e aumentar a produtividade.
- Corrigir o enorme diferencial de investimento produtivo para impulsionar o crescimento económico: O investimento total em Portugal está entre os mais baixos da UE. Nos últimos 15 anos, o diferencial acumulado face à média europeia supera os 40% do PIB. O país precisa de um choque de investimento, público e privado, para responder aos desafios da transição energética e tecnológica.
- Fortalecer o ecossistema de inovação através da importância do talento, investimento e colaboração: Apesar de bons níveis de formação em STEM, Portugal continua a investir pouco em inovação e capital de risco. O país enfrenta dificuldades em transformar talento em valor económico, e precisa de reforçar as ligações entre empresas, universidades e centros de investigação.
- Promover a redução do “garrote fiscal” como instrumento essencial para a atração e retenção de talento: Portugal tem uma das maiores cargas fiscais sobre o trabalho da OCDE, penalizando o rendimento disponível e a atratividade do país, sendo particularmente desajustada face aos níveis de rendimento. Reformar o Tax Wedge é urgente para travar a perda de talento jovem e qualificado.
- Apostar na competitividade do setor energético para reforçar a competitividade do país: Apesar dos progressos nas renováveis e na eficiência energética, Portugal continua a ter custos energéticos penalizadores. As taxas e os custos de redes são dos mais elevados da UE, sendo a energia um fator transversal a toda a atividade económica, e crucial para sua competitividade.
- Simplificar a burocracia para crescer: A complexidade regulatória e a lentidão administrativa continuam a travar o investimento e inovação. A posição modesta de Portugal nos rankings de eficiência governativa e qualidade regulatória mostram que há um enorme potencial de progresso através da desburocratização.